quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

chocolates, destino, dementadores e controles remotos

Lá pelos idos do ano 2000 (hahaha que vibe, o ano 2000 foi onze anos atrás), um cerumano que queria me subornar me viciou em dois bombons: twix e reeses cups. Nesse tempo lindo, em que eu nem precisava comprar porque era constantemente presenteada, dava pra achar essas duas belezinhas em qualquer lojas americanas, qualquer banquinha de jornal. Dos 903 kg que eu engordei de lá pra cá, acho que uns 830 são culpa desses dois chocolates.

Só que aí a moda do twix pegou e a do reeses não. Inclusive, minha primeira personal stalker (that I know of) provavelmente foi a responsável, de tanto que ela propagava aos 4 ventos que tinha twix como guloseima favorita (e cheetos requeijão, né? Mas aí no departamento dos salgados).

O caso é que um dia meu suprimento de reeses acabou e eu não achei mais pra comprar. Quiqui eu fiz? O que qualquer pessoa sensata faria: liguei na hershey’s aos prantos. Piorou muito quando eles me disseram que tinha saído de linha no braziu e nunca maaaaaaaais voltaria. Chorei, gente. Chorei.

Não bastava a Unilever exterminar meu sabonete favorito, o doritos nachos sumir das prateleiras, agora isso? Não aceito.

Pois então isso já faz uns bons 5 anos e qual não foi minha surpresa nesta semana, ao passear pelos corredores das lojas americanas e encontrar uma linda caixa chamada “clássicos e importados” onde figurava aquela embalagem alaranjadinha que enche meu coração de amor?

Comprei.

(Apesar do preço superfaturado, obviamente.)

A tristeza é que são só dois reeses por caixa e eu tive que voltar lá meia hora depois e comprar mais uma.

Você aí querendo caixinhas de milk duds, tô doando.

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Toda essa enrolação foi só pra dizer que eu enfrentei a fila mais longa das filas das lojas americanas e quase morri de tédio e calor no processo, de modo que peguei uma daquelas revistas par me abanar. Entre uma ida e uma vinda, olhei o que estava segurando e era uma superinteressante cuja capa falava sobre a ciência provando a idéia de destino.

AH, VÁ.

Olha, uma revista dessas casualmente na minha mão enquanto eu compro chocolates, falando sobre a prova científica de destino é uma piada cósmica bem grande com a minha cara.

E essa nem foi a única piada do universo com a minha pessoa no dia de ontem.

Às vezes eu vejo acontecimentos acontecerem (kkk) e não consigo evitar o pensamento de que com tanto espaço, tanto momentos, tanta gente, tanto universo, tantas voltas no rolo do tempo, eu tenha que passar pelo desgosto de *censurei*.

Isso num lugar onde eu nunca vou (pelo menos não às terças-feiras).

Encontrar casualmente o Zac Efron a 14km da minha casa o universo não providencia, né?

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Mas aí que a revista dizia que tudo já aconteceu, do big bang ao fim dos tempos. E pra você entender isso (força, você consegue), é só pensar no futuro como no passado e tal. Tudo ao mesmo tempo agora, já pronto, já resolvido, só passando aê como um filme benloco (e ruim, vamo combiná), enquanto você não tem o controle remoto.

Aí eu finjo que acredito concordo e faço a loca da madame vanessa da previsibilidade futurística enquanto sapiência antecipada de acontecimentos (mas só funciona pra mini desgraças, não adianta pedir o número da mega sena. Se eu soubesse, usava pra mim).

Tava eu lá semana passada escrevendo um post que não conseguia terminar (uns dois pra trás, eu acho), porque estava com uma frase ecoando na cabeça. Fiquei na dúvida se escrevia a respeito ou não, porque eu muito não sei quem lê isso aqui, né? Às vezes eu quero que leiam, às vezes eu quero que não, mas eu não mando nada e tenho que aceitar.

[E eu sempre acho que muita gente se faz de desentendida, mas bate cartão aqui. Tipo o cerumano que coincidentemente passou a me encher de emails depois de ver o post em que eu dizia não ter usado a foto do meu homem favorito usando vermelho porque ia dar bafón, ju-ra-no que era o fotografado. Não é, melbem. A foto em cueshtã foi tirada por mim mesma, no maior disfarce mal feito, porque não sabia se um dia ia ver o fotografado novamente. VEJE SÓ VOCÊ.]

Mas a frase que estava na minha cabeça era "é tudo tão novo pra mim que não sei se tenho mais medo de enjoar (como sempre) ou de que você enjoe".

E não é que, mais tarde naquele mesmo dia, nas primeiras horas em que hoje vira amanhã, essa frase surgiu alterada na conversa? E vos digo-lhes: foi muito mais triste na realidade que no meu pensamento. Foi muito mais triste em voz alta que no meu pensamento.

Então quando eu entrei na eterna vibe de repassar um trilhão de vezes a conversa na minha cabeça em busca de detalhes (pro bem e pro mal, acho importante estar preparada pra não ter surpresas nessa vida), fiquei muito chocada ao perceber que a conversa que tinha acontecido antes na minha cabeça tinha sido muito parecida.

Teve uma outra frase cem mil vezes menos previsível e um milhão de vezes mais engraçada na conversa anterior na minha cabeça que acabou acontecendo no mundo real. Mas aí é aquela que eu vou guardar pra mim, enquanto cerumano egoísta e previsibilador OIQ.

O importante aqui é o querido leitor entender que se existe essa coisa absurda de rolo do tempo, de tudo já existido e coisetal, eu tenho o controle remoto. Só que é tipo controle remoto de televisão moderna e eu sou tipo minha vó. Tá ali, de vez em quando eu acerto um botão e ele faz o que eu quero mas, no geral, eu tô apertando desordenadamente, sem entender o resultado.

Vou ali abrir um chat no skype com o Einstein e o João Bidu, pra ver se aprendo como esse trem funciona.

Mas é só porque eu estou realmente curiosa pra ver quem vai enjoar primeiro. :P

(Porque hoje em dia eu nem gosto mais de twix.)

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(Pelamor, vigésima oitava vez que eu tento escrever esse post e não sai direito. Desisto. Beijos.)