domingo, 6 de fevereiro de 2011

nada como pensar muito para complicar a vida


Eu me ofendo com os meus pensamentos. Mas, veja bem, não é que eu pense coisas horríveis e acabe ficando envergonhada, nada disso. Eu crio diálogos com outras pessoas, jurando que eles são o mais próximos da verdade possível e me ofendo com os outros, sozinha. Tudo dentro da minha cabeça.

É incrível.

No começo da semana eu li duas frases muito inocentes – aos olhos de qualquer outro - de um cerumano que eu conheço e passei os quatro dias as 4 horas seguintes me deprimindo profundamente com a conversa entre nós que se passou na minha cabeça. A pessoa nem tem idéia (qué dizê, eu super acho que tem, porque me pareceu uma publicação com muito propósito, mas eu sou paranóica e... FOCO.), mas eu tô de mal dela por tempo indeterminado. Porque a conversa pode ter acontecido só dentro da minha cabeça, mas não muda o fato de que aquelas duas frases foram escritas no vento da internetz e nada foi dito a respeito. Eu posso concluir o que eu quiser.

Aí eu fiz o que qualquer pessoa normal faria: tentei derreter meu cérebro.

Onde eu tava meique só tinha a disponibilidade abstrativa do facebook, de modo que joguei quatrocentas e trinta e dez partidas de zuma, bejeweled e até minha fazenda do farmville eu arrumei. Quando eu percebi que luzes coloridas piscavam até mesmo quando eu fechava os olhos, achei que era hora de parar. Fui praticar uma atividade mais meditativa (oi?) e me peguei pensando uma frase exatamã igual à que pensei 10 anos atrás.

Eu já falei miliuma vezes sobre essa vibe de ciclos, de contar o tempo, de comparar coisas e períodos de tempo. Mas gente, se em 10 anos eu ainda tô vivendo o mesmo drama e fazendo as mesmas bobagens, onde é que eu vou parar?

Aí tava lá, toda trabalhada no vanessão da depressão e me lembrei que 10 anos atrás tava pensando a mesma coisa, mas 1 ano atrás também. VEJA SÓ VOCÊ. E um mês atrás? MESMA COISA.

Ou eu realmente não tenho foco na vida ou eu sou muito incompetente.

Ou os dois.

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Aí eu empaquei escrevendo isso, porque cara, se nem eu entendo esses posts depois de uns 3 meses que tão escritos, me pergunto se ALGUÉM entende alguma coisa quando lê. Aí veio um post no tumblr em que alguém diz “I plan out what I would say, what the other person would say (...)” e eu me dei conta de que não estou só.

Só me pergunto onde essa gente mora, porque deve ser bem mais fácil quando você convive com quem entende do problema. Outro dia foi mó discussão na minha casa quando eu continuei no mundo real uma conversa que tava só na minha cabeça e ninguém conseguia compreender do que é que eu tava falando.

Também acontece muito de eu simplesmente ignorar o repasse necessário de informações pra outros indivíduos. Algumas vezes eu passo tantas vezes a conversa na minha cabeça que acabo registrando que tá tudo ok, moving on e né? Só vou perceber 3 meses depois. Não é de propósito, me amem, me compreendam.

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Aí eu tava lendo uma superinteressante que falava da necessidade de amizade (eu sempre acabo me deparando com esse tipo de texto no meio desse tipo de post) e concluí que tô fazendo tudo errado na minha vida. Lá diz que quem tem amigos adoece menos e eu devo ter lido a bula (dos amigo) tudo errado, porque não tá fazendo efeito.

Mas o importante é que na revista uma coisa levou à outra e eu acabei fazendo um teste do tipo “o que seus sonhos dizem sobre você”. E se o cerumano lê o que eu escrevo há algum tempo, sabe que é um assunto recorrente e delicado pra minha pessoa pesadelística.

Aí o teste vai e diz que eu sou um habitante do mundo da lua e eu super vou copiar aqui linha por linha do que ele me disse:

“Os limites entre o sonho e a realidade para você são tão tênues que às vezes você confunde lembranças e sonhos com fatos que realmente aconteceram. É criativo, imaginativo e tem dificuldade em prestar atenção em uma coisa por muito tempo. Às vezes você se comporta como uma criança, por ter o passado ainda muito presente em sua memória. Você tem sonhos mais emocionais e mais fortes que as outras pessoas e, provavelmente, também tem mais pesadelos.”

Donde eu só posso comentar: CÊ JURA? Sei nem porque eu faço testes, nenhum me diz nada de novo. Sou uma profunda auto-conhecedora-de-mim-mesma enquanto pessoa humana egoísta do meu ser. O bom é que esses testes super têm valor científico, de modo que vou começar a me justificar com esse resultado.

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Outro teste que eu fiz foi um de par ideal, muito necessário na vida do indivíduo moderno. E ó, o resultado disse que eu só combino com UM TIPO de pessoa e eu adoraria que você aí fizesse o teste (todos faz) e me contasse o resultado. Pra eu saber se é melhor partir pra outra, sabe? Vai que a gente fica insistindo no tipo errado de pessoa, não é mesmo, minha gente?


Ciência pura.


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Falando em ciência, outro dia eu tava olhando o meu próprio twitter, numas de “por que não apago essa &%$@# de uma vez?” e fui rolando a página até o infinito (da minha paciência) e cheguei num tuíte do meio do ano passado em que eu dizia que queria registrar uma pequena atividade da minha bola de cristal. Obviamente eu mandei um email pra alguém pra contar do que se tratava. Porque eu sou uma vidente muito da inteligente. Muito fácil depois que passou, dizer “foi issaê que eu previ”. Mas eu tinha que ter uma prova de que eu tinha previsto mesmo.


Achei engraçado encontrar esse tuíte porque minha previsão super se concretizou (e tá aí se concretizando no momento em que você lê esta porcaria, sendo ele qual for).

Vou te falar: a coisa que eu mais detesto a meu respeito é estar sempre certa.


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Aí não apaguei o twitter por puro self-apego mesmo e fiz mais: fui no favstar. Sério, eu preciso de ajuda.


No favstar encontrei um tuíte de minha própria autoria, que dizia:

“quero true love escorrendo dozolho alheio, quero gente me olhando como uma coxinha de frango com catupiry recém saída do forno às11:45h”

@ssaneva about 1 year ago

O engraçado foi lembrar do nascimento dessa frase. Eu estava no quarto onde eu mais tive pesadelo neste mundo (meu quartchinho de criança, em são paulo), a dois dias de fazer duas grandes bobagens e a um mês de fazer uma MEGA bobagem. Todas elas no contexto do tuíte, obviamente. Escrevi essa bobagem e saí pra almoçar no Viena do Shopping Morumbi, na melhor companhia do mundo (a minha) e deveria ter entendido o sinal cósmico.


Só lhes digo que hoje eu não escreveria essa bobagem nem a pau.


Porque assim, de amor dozotro eu tô cheia (me processa). Sério, não agüento mais amor alheio, não agüento mais ser a coxinha de um estômago faminto.


O que eu quero agora é reciprocidade.


E eu ia explicar, mas não vou não.


Tenham todos uma boa vida :)


(Acho que obtive sucesso no derretimento cerebral, hein?)