terça-feira, 11 de agosto de 2015

bom humor característico que eu escondo de vocês quando não me obriguei a postar diariamente por um mês inteiro

A pessoa faz faculdade de direito, trabalha advogando, aí um dia faz curso de fotografia, aprende realmente como o negócio funciona, começa a sair no fim de semana pra ~testar a câmera~, compra equipamentos cada vez melhores e chega a fazer um bico ou outro com isso. A profissão do indivíduo é fotógrafo? Não. Ele tem uma fonte de renda que não tem nada a ver com fotografia? Tem. Ele é seu amigo muito próximo? É. Aí você vê a pessoa empolgada e fala qualquer uma das seguintes frases:

- me deixa tirar uma foto com a sua câmera?
- leva sua câmera no nosso encontrinho?
- me ajuda a escolher uma câmera?

A pessoa não apenas te diz que não, como diz que você é uma exploradora, que deveria ter noção pela intimidade que vocês têm de que esse tipo de coisa não se pede.

VAI PRO RAIO QUE O PARTA.

Pra primeira pergunta é só dizer não, todo mundo entende quem não divide esse tipo de coisa e às vezes você tá acostumado a emprestar e pegar emprestado com esse amigo e a resposta nem era óbvia.

A segunda não foi um pedido de "seja o fotógrafo da minha festa". Inclusive acredito que o "fotógrafo" sabe quando a gente quer registrar o ocorrido com imagens bonitas ou quando quer trabalho de graça. Mas sempre dá pra dizer que a lente tá no técnico pra limpar e não ser grosso.

A terceira eu acho que a pessoa é só babaca mesmo, não custa nada dizer que não se sente qualificado pra influenciar nesse tipo de decisão e pronto.

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A pessoa é formada em engenharia elétrica, mas sempre foi curiosa com computadores, adquirindo conhecimentos muito maiores que o da maioria das pessoas, podendo até de vez em quando ganhar um dinheirinho extra formatando os computadores dos amigos, fazendo backup, instalando sistemas operacionais e passando antivírus. Esse migo é formado em informática? Não. Ele tem uma fonte de renda oriunda de serviços de assistência técnica? Não. Ele tem um trabalho que paga suas contas e nele não há necessidade de consertar computadores? Sim. É seu amigo muito próximo? É. Aí seu computador insiste num erro x e você pergunta:

- ei, sabe o erro 34895739485 do windows? cê acha que eu consigo reverter sozinha?

O migo te responde como se você tivesse ofendido não apenas sua mãe, mas sete gerações de antepassados, e ainda diz que a visita custa 100 reais pra te responder essa pergunta. CÊ VAI ME TRAZER BOLO, NESSA VISITA, MIGO???? Pelo amor de deus, 100 reais de visita pra me dizer o que um tutorial no google vai me explicar de uma forma menos clara e amorosa?

VAI PRO RAIO QUE O PARTA.

Analise que não pedi pra ninguém consertar nada, perguntei se é aconselhável resolver sozinha ou mandar pra um técnico qualificado. Que, no caso, nem seria o amigo em questão, que nem formado praquilo é. De modos que não configura exploração, a menos que você seja muito babaca. Outro dia eu tava com dúvida num lance de sincronização do iphone com o itunes e a pessoa me disse que passava em casa pra me dar uma ajuda. Deus me livre, porque pra isso a pessoa teria que entrar no meu quarto, então nem pensar. Eu disse logo que não precisava, que achei que a solução era "explicável com palavras". O migo então me perguntou se o problema era pagar os 100 reais da visita e eu dei uma risada que deve estar ecoando em seus ouvidos até agora. Era só o que me faltava.

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A pessoa se forma em jornalismo, mas por causa do interesse por internet, templates e design, acaba aprendendo como fazer algumas coisas em html. A pessoa estudou programação, gráficos, cores e o escambau? Não. A pessoa tem uma empresa ou proventos advindos da atividade de designer? Não. A pessoa tem um trabalho regular que nada tem a ver com internet, de onde sai seu sustento? Sim. A pessoa é super sua amiga? É. Vai levar mais que 37 segundos responder sua pergunta? Não. Aí cê manda uma mensagem super simpática e nem um pouco coercitiva, contendo a seguinte pergunta:

- ô, cê lembra como é mesmo que fecha o código da tabela no html?

A pessoa passa 23 minutos te dando lição de moral sobre como é injusto você pedir de graça um negócio que ela gastou tanto pra adiquirir.

ENFIA.NO.CU.

Diz que não lembra, deleta sem ler e fala que nunca recebeu, me tira da lista de contato e não me chama mais pro aniversário, mas não faz drama por causa de uma pergunta imbecil dessa, cara. 

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A fofa é formada em relações internacionais, trabalha numa multinacional de metal, ganhou uma licença whatevs e fez um curso de culinária no Centro Europeu com o tempo e o dinheiro que vieram. Há alguma dúvida de que exista uma fonte de renda independente de gêneros alimentícios? Não. A pessoa faz ~bolo pra fora~ no fim de semana pra complementar a renda? Não. A miga aprendeu alguma receita muito originalíssima nesse incrível lugar de educação? HAHAHHAHAHAHAHAAH. Vocês fazem refeições uma na casa da outra com uma certa frequência? Sim. Aí ela faz uma tortinha com uma certa frescura, cê vai elogiar e diz:

- me dá essa receita agora!!11

E a fia responde com o nada pedante "um chefe jamais divide seu segredo".

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA miga, se mata, cara. Cê entendeu a vida errado. Seje menas. É SÓ UMA BOSTA DE UM QUICHE MAL TEMPERADO DE CONSISTÊNCIA DUVIDOSA E EU ESTAVA SENDO EDUCADA.




Eu destruo no Excel. Eu manjo mesmo muita coisa e o que eu não sei, tenho aquela intuição de como resolver. 

Saber Excel fez parte da minha formação acadêmica nas sociais aplicadas e permanece fazendo nas exatas. Eu gastei muito dinheiro, tempo e dedicação pra saber o que eu sei de Excel e esse troço resolve uma infinidade de problemas numa infinidade de áreas, de modos que você meique tem o poder nas mãos se sabe usar esse negócio.


E se você me der um Excel na mão, eu faço QUALQUER coisa. Qualquer fórmula. Entre outras razões, porque quando eu estava na faculdade, um sábio professor disse: se você não tiver nenhuma outra ferramenta pra administrar uma empresa ou uma parte dela, se você souber o que está fazendo, o Excel será seu melhor amigo. de modos que a gente teve UM SEMESTRE INTEIRO de uma matéria que consistia apenas de usar esse maravilhoso programa pra abrir e conseguir lucros com a empresa. Toda semana o professor simulava uma situação de mercado e você não tinha nada além do Excel pra fazer sua empresa funcionar. Numa semana específica ele simulava a alegria da quebra da bolsa em 1929 e EM TODA SUA CARREIRA, nenhuma empresa terminava aquele período com lucro. A minha terminou. Lembro que meu grupo chegou a ganhar um prêmio pelo feito.

Dois anos depois, eu era a única pessoa de um grupo a resolver um problema numa fase de recrutamento de c e r t a s multinacional, usando só o Excel. A fórmula tinha mais de 80 parênteses e a minha foi na única que calculava o resultado com precisão. Outro dia minha calculadora científica quebrou e eu precisava estudar estatística por 2 dias sem ela e qual não foi minha surpresa ao descobrir que consigo usar o Excel pra calcular isso também? E eu comecei a aprender como usar esse belíssimo programa antes mesmo de sair da escola, porque uma pessoa do meu convívio disse que precisava dele pra trabalhar e eu queria poder ajudar, assim, de graça mesmo.

OUSSEJE, sou formada em administração com ênfase em MAD SKILLS, porém sou funcionária pública, de modos que meu sustento não vem diretamente nem indiretamente do uso do Excel ou de qualquer outra coisa que eu tenha aprendido com a minha inteligência superior. Eu poderia ganhar muitos dinheiros vendendo minha planilha mágica da riqueza com fórmulas travadas, mas eu já coloquei no docs gratuitamente, além de mandar por email pra qualquer pessoa que pedisse. Por que? Porque eu não sou babaca. Porque eu tenho consciência que isso é uso básico do básico e não vai ser ajudando as pessoas com fórmulas de operações básicas que eu vou deixar de ficar milionária.

Agoooora, se um amigo meu, amigão mesmo, falar pra mim que precisa de umas formuleta mais complexas, que isso vai mudar sua vida e salvar seus negócios, se essa pessoa me pedir ajuda, sabe o que eu vou fazer? Isso mesmo, eu vou ajudar. É meu amigo, cara. Eu já ganho meus dinheiros e posso usar um milésimo da minha habilidade pra transformar a vida de alguém que ainda vai me dar gratidão eterna, por que não?

Sério, gente. Eu espero que exista karma, juízo final, reencarnação, acerto de contas e que o fiofó de gente que regula ajuda ao amiguinho arda com o abacaxi em brasa que será enterrado nas suas retaguardas.


(E não se façam de bestas, porque eu não tô falando pra ser bocó e trabalhar de graça ~fotografando, consultando, consertando, resolvendo, cozinhando~ pros outros, não. Tô falando de tirar a pessoa do desespero com aquela força amiga, que não.te.custa.nada.)


É só esse o emanamento de good vibes de hoje, brigada pela audiência.