domingo, 30 de agosto de 2015

o que eu aprendi com o BEDA



20 dias mais ou menos alimentando este post com lágrimas.

Mas se ele está no ar, significa que hoje é dia trinta e a faixa da vitória já é visível. Estou fazendo muita força pra não comemorar antes da chegada, berrando EU CONSEGUIIIIiIiiiiiI, porque é a única vontade que eu tenho. Nem eu acreditei em mim.

Meta post conta? Vai ter que contar. Heh.


A primeira coisa que eu entendi é que eu realmente nasci pra escrever. Dá um pouco de pavor essa "obrigação", mas a facilidade de dar conta da tarefa é muito maior que, por exemplo, terminar meus exercícios de engenharia da qualidade. Considerando que eu PRECISO entregar trabalhos no prazo, cheguei até a deixar seriados atrasados, só pra escrever. Magina se fosse pra ganhar dinheiro, que incrível? Consigo nem visualizar.

De modos que eu virei a maníaca do post. O dia inteiro pensando "humm, será que escrevo sobre isso?". Até que em algum momento, PÁ, vinha a ideia. Isso lá pelo décimo dia, né? Que a primeira semana funcionou forte com a planilha. Se não fosse ela, não sei o que teria acontecido. Com a ideia maizomenos decidida, eu abro o rascunho e saio escrevendo. O que presta eu posto, o que não presta eu deleto. Neste momento tem 29 rascunhos e eu acho que nada presta, mas vamos ver durante a seca de setembro :P

Chega um momento que todo pensamento vira post. Qualquer coisa. Tô indignada com o preço da alface, post. Alguém chama de feia na rua, post. Escuto uma asneira, post. Caio e quebro o fiofó, post. Sério. Se tava ruim o que vocês leram, agradeçam ao que vocês não leram. Se tem 29 rascunhos, é porque a outra metade eu deletei num surto de auto crítica.

Mas como eu disse no começo: não acredito que ninguém consegue se manter interessante em postagens diárias. Eu vejo esses blogs de estilo com até 2 posts por dia e metade deles eu marco como lidos sem nem abrir. Ninguém precisa de 38 swatches de batom ou esmalte na mesma semana. Ninguém se importa com qual é seu corretivo favorito e eu acho, do fundo do meu coração, que ninguém está nem aí pros "links legais da semana", que todo mundo já viu a semana toda em qualquer rede social e não aguenta mais ver na frente. Da mesma forma, acho que ninguém precisa saber tanto da minha vida, do que eu leio, do que eu assisto, do que eu acho sobre todas as coisas do universo. E eu acho que a consequência de postar um monte de chatice é ver as pessoas perdendo o interesse. É bem engraçado, porque dá pra ver pelo número de acessos, número de comentários e conteúdo dos comentários os dias em que os sacos de vocês estavam mais cheios que o meu.

Outra coisa que aconteceu foi que eu diminuí consideravelmente a minha produção de bobagem no facebook, principalmente. Eu tinha essa sensação de que escreveria muito mais no blog se publicasse aqui, em vez de lá, posts com mais de 2 parágrafos. Mas aqui eu nunca consigo escrever tão ~resumido~, de modos que acaba indo pra lá todo raciocínio menos elaborado. E é automático: se eu copio de lá pra cá, postando ou não postando (lá), eu tenho que complementar pra postar aqui e o negócio multiplica. 

Imagino que meus migo de feice tenham estranhado a diminuição de bobagem em suas timelines ou, sei lá, ficaram tão felizes que só sentem aquela sensação de alívio quando um barulho chato para, sem se dar conta exatamente do que foi que aconteceu.

E, finalmente, como eu tinha começado a aprender nos tempos de blogueira Capricho, a disciplina faz a mente borbulhar. Saber que tenho que escrever, mesmo que seja uma obrigação que eu mesma criei, faz com que meu cérebro mantenha um alarme interno avisando o dia todo que tem que pensar tem que pensar tem que pensar. O que é engraçado é que depois de uns dias, eu já estava 4 ou 5 dias na frente, mas ainda me cobrando escrever. Então fui escrevendo os posts das "extremidades", das segundas e quartas da depressão - em que eu mal tenho tempo de comer e tomar banho, imagina sentar e escrever calmamente.

Logo eu ultrapassei minha planilha e algumas coisas ficaram pra trás. Tem um dia lá que o nome do post é "grosseria gratuita" e eu não faço a mais remota ideia do que estava planejando escrever. Era autobiográfico, provavelmente, mas nada do que eu faça me ajuda a lembrar. Tem o post das moda, motivado por uma blusa de coruja da discórdia, que acabou ficando de lado. Esse eu ainda penso em escrever, só não sei se aqui ou se volto o ~blog de moda fracassado~ pra escrever lá. Decisions, decisions. 

Ficou pra trás também o post do conteúdo da bolsa, um negócio que eu amava fazer em 2009. Só que meu scanner não tava comportando minha necessidade de idiotice e o do trabalho nunca ficou sem supervisão por tempo suficiente pra completar essa tarefa super boba. Vamo vê se eu consigo fazer isso nos próximos capítulos. É um tipo de post ruim demais, mas eu adoro HAHAHAHHA.

Não aconteceu o post dos meus aplicativos favoritos do celular, da minha fixação por nomes irlandeses, do manifesto da amizade (que está no rascunho há uns dois anos), o post da surdez (nem perguntem), os memes do rotaroots que eu tinha planejado postar, tipo os 5 esportes que eu publicaria, um post sobre animais de estimação e mais alguns tão bobos que tenho até vergonha de falar. 

Agora, eu me pergunto: DE ONDE SAIU TANTA IDEIA?

Só dels sabe.

Se farei alguma coisa assim de novo? Provavelmente não. A não ser que algum dia no futuro eu passe a ganhar dinheiros correspondentes às minhas ambições e não tenha mais que ficar estudando e produzindo trabalhos acadêmicos sem fim.

E pra todos vocês que não apenas aguentaram, mas chegaram até mesmo a comentar, meu muito obrigada por me aturarem neste mês.

:´)